Estavam no fim de novembro. O bebê nasceria no começo de junho. O ventre começava a ficar arredondado. Já era tempo de ter outra consulta com o médico. Leigh prometeu acompanhá-la, mas vivia desmarcando, sempre com uma desculpa qualquer. O que Ruth não sabia é que ele temia maiores exames naquela gravidez.

Ainda não sabia se havia conseguido dar a criança seu legado. Quando se dividia com a esposa não sabia se conseguia se doar a criança. Não conhecia os ritos e não sabia o que fazer para torná-la sua.

A manhã foi a mais fria desde que chegaram à cidade. Como de costume Leigh se levantou cedo enquanto Ruth girou de um lado para outro querendo ficar na cama. Ele a beijou, brincou, mas ela, sonolenta não reagiu. Ele desceu para a corrida assobiando e dispensou milk-shake que tomava normalmente.

Ruth pode ouvi-lo sair. Quinze minutos depois não conseguiu voltar a dormir. Feliz levantou, disposta a seguir a rotina. Iria caminhar. Logo que atravessou a porta encontrou a vizinha na calçada.

─ Bom dia! ─ Annette disse indo encontrá-la. Ruth retribuiu o cumprimento com um sorriso largo. ─ Ficamos preocupados depois do que aconteceu no dia de ação de graças, mas vocês parecem felizes.

─ Estamos. Nós conversamos e nos entendemos. ─ Sorriu. Se Annette queria comentar que comentasse o quanto ela e o marido estavam bem. ─ Fizemos as pazes. ─ Acelerou o passo. O ritmo da caminhada não permitia conversas.